O mundo artificial de plástico.

O despertador soou, já era hora de se levantar.

Alto, Olhos castanhos, cabelos compridos e bem escuros. Assim era ele. Habilidade estrondosa com escrita, além de “arranhar” com talento, todos os dias, seu violão de 12 cordas. Sofreu de depressão na adolescência e esteve preso ao vício de certas drogas ilícitas. Nem por isso desistiu daquele mundo. Um mundo podre, já jogado na amargura eterna do desperdício. Um total estrago causado pelo homem. Não digo o mundo puro, como era desde os primórdios. Esse sempre foi belo, uma vez que não sofria as interferências irracionais causadas pelo ser que se considera racionalmente superior aos outros. Digo o mundo atual, sem inocência, sem beleza, sem pureza, sem o que se aproveitar, enfim.

Levantou-se, finalmente, e reparou algo estranho logo à primeira vista. Pela janela, soava o doce canto dos pássaros, algo inexplicavelmente raro de se acontecer. Ali, em seu apartamento no 13º andar de um dos prédios mais altos da cidade, não se costumava ouvir nenhum sinal vindo da mãe natureza. Mas, dessa vez, era diferente. Tentou ignorar esse simples acontecimento e se arrumou para ir comprar o pão de cada manhã. Ao sair de casa, outra surpresa. Nada de automóveis altamente poluentes pelas ruas. O máximo que se via eram crianças andando de bicicleta. Não teve tempo de se preocupar com isso. O baque maior veio ao ver um bosque no lugar do, agora extinguido, shopping da cidade. Não conseguindo acreditar no que via, esfregou bem os olhos. Talvez estivesse apenas sonhando, talvez estivesse apenas tendo uma ilusão, vendo o mundo como ele achava que deveria ser. Mas, ao abrir novamente os miúdos olhos, o bosque continuava ali, intacto. Continuou seu caminho até a padaria. O que mais poderia acontecer?

Mas não houveram mais surpresas. Rafa, como era chamado pelos poucos amigos que tinha, voltava para casa, já com seu saco de pães fresquinhos na mão. O susto lhe pegou novamente, ao ver que seu prédio já não estava mais ali. Em seu lugar, apenas um enorme terreno malcuidado. O que estava acontecendo ali? Agora sim, se via realmente desesperado. Será que o mundo que ele tanto odiava esta simplesmente mudando? Isso era bom, era ruim? As pessoas iriam enlouquecer ainda mais? Ou será que elas conseguiriam viver em harmonia novamente? Um caos ainda maior ia tomar conta disso?

Antes que pudesse obter suas respostas, O despertador soou.
Já era hora de se levantar. O mundo real o chamava.

1 comentários:

leticia'swords 9 de junho de 2010 às 13:20  

To sem palavras para seu texto, realmente muito bom!
Continuarei seguindo aq..

http://leticiaswords.blogspot.com

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“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”