Caminhava pelos cantos, com medo de ser atropelado. Já estava andando à dias, e não chegava. Não chegava nunca! Parecia que o destino simplesmente havia desaparecido. Suas pernas não podiam mais suportar o peso de seu corpo. Seus olhos refletiam o brilho de uma mente genial ofuscada pela fadiga. O problema ali não era como ser. Era o que ser.
Continuou, cambaleando, seu caminho. Nem se importava mais em pedir carona, pois, se lhe dessem, teria que explicar para onde ir. E ele não sabia. Nunca soube. Seguia algo que não seria capaz de explicar. Seguia algo maior. Seguia sua sombra.
Faminto, pensou em desistir tantas vezes. Não importaria se o tivesse feito, ninguém sentiria falta. Mas ele, desistir? Era contra as regras do jogo. Sob o canto dos pássaros e os ruídos dos carros que passavam, ele prosseguia. Não procurando um fim, não procurando mais um destino. Se procurando.
Completamente perdido, fingia saber o que estava fazendo. fingir pra quem? Era ele contra o resto do mundo. Sua decepção aumentava a cada milha acumulada. Sedento. Faminto. Fatigado.
Su visão se embaçou e, depois de lutar muito contra a tontura, caiu. Um baque só, era disso que ele precisava. Um forte baque. Finalmente chegara ao seu destino. Nada lhe faltava mais. Ah, o tão merecido descanço eterno!
Um espelho para o sol.
Postado por
Gustavo .
03 junho, 2010
2 comentários:
O término foi trágico, doeu o coração!
Muito bom, meus parabéns.
Às vezes seguimos nossa própria sombra sem rumo algum... E ao cair da noite a sombra desaparece, as estrelas brilham sobre nossas cabeças e então enxergamos o que o sol tanto escondeu... O brilho dos nossos corações, cintilantes como estrelas.
Boa tarde.
Muito bom o texto, você escreve muito bem! Etou te seguindo. Fiz meu blog ontem, vc poderia me ajudar avaliando meus textos? ;*
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